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Passados 20 dias da ação policial da madrugada do dia 4 de outubro, o clima é de indignação quanto a mais um episódio abominável de violência policial e abuso de autoridade. Naquela noite, a Polícia Militar invadiu uma festa de estudantes e professores universitários na República da Frida, localizada em Chapecó/SC, e os/as presentes sofreram verdadeiras seções de tortura durante cerca de 1 hora e 30 minutos, com inúmeras agressões físicas e verbais sendo praticadas pelos policiais militares. (Confira os vídeos: Vídeo 1 / Vídeo 2). Até agora nenhum policial foi punido pelas agressões.

Abaixo reproduzimos os links de notas e moções de repúdio às ações da PM e de apoio e solidariedade aos estudantes e professores agredidos na República da Frida:

Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFFS Campus Chapecó – CACS Livre: https://goo.gl/g45PNP 

Resistência Popular Estudantil – RS: https://goo.gl/Eg5xfd 

Movimento Todas as Vozes: https://goo.gl/nD0tpW 

Conselho Universitário (Consuni) e Reitoria da UFFS: http://goo.gl/qUsulD

Centro de Referência em Direitos Humanos Marcelino Chiarello – CRDH/UFFS: http://goo.gl/3ca4FA  

Colegiado do Curso de História da UFFS Campus Chapecó:

MOÇÃO DE REPÚDIO DO COLEGIADO DO CURSO DE HISTÓRIA (CAMPUS CHAPECÓ) SOBRE A VIOLAÇÃO DE DIREITOS, POR AUTORIDADE POLICIAL, OCORRIDA EM 03 DE OUTUBRO DE 2015:

O Colegiado do curso de História do Campus de Chapecó, realizada às 14 horas do dia 08 de outubro de 2015, na sala 209, bloco B do campus Chapecó da UFFS, debateu sobre as agressões sofridas por parte de alunos e professor deste Curso, e desta instituição em ação da Policia Militar de Santa Catarina.
O Colegiado de História, vem por meio desta moção tornar público manifesta seu repúdio ao episódio de violência policial ocorrido na madrugada de sexta (03/10) em Chapecó (SC) durante uma confraternização de estudantes e professores universitários e nos solidarizamos com todas e todos que sofrem agressões; TORTURA; ficaram incomunicáveis por 90 minutos; humilhações; tiveram seus direitos humanos violados; e que tiveram seus pertences danificados ou roubados pela PMSC, todos sem qualquer tipo de identificação durante toda a ação.
As cenas relatadas por estudantes e professores presentes na ocasião, que falam de intimidação verbal e física; pertences como celulares roubados e danificados pelos policiais; de escopetas apontadas para diversos rostos; de tapas na cabeça e xingamentos racistas, machistas e homofobicos e DISCURSOS PRECONCEITUOSOS AOS CURSOS DE CIÊNCIAS HUMANAS (citando-se constantemente os cursos de História e Filosofia, principalmente, como se pertencer a estes fosse uma ofensa), assim como afirmações de que a UFFS é responsável por trazer a Chapecó “tudo que não presta” (referindo-se a negros, pobres, gays, lésbicas, pessoas de outras Unidades Federativas, dentre outros) são dignas de REPÚDIO por este Colegiado.
Os excessos praticados pelos policiais, sejam físicos ou de ordem moral, deixaram marcas que maculam o dever de proteção que as corporações devem ter. Além disso, pelas evidências cristalizadas, com o “confisco” de aparelhos telefônicos dos envolvidos, sem justificativa, caracteriza forte violação constitucional.
Nossa solidariedade é, portanto, aos que vivenciaram um cenário de medo em Chapecó mas também a todos os que cotidianamente vem sofrendo os abusos deste tipo de ações. Independentemente de qualquer suposto ilícito que estivesse ocorrendo, os mesmos não justificam nenhum dos atos ilegais supracitados cometidos pela PMSC.
POR TODO O EXPOSTO, repudiamos veementemente os abusos cometidos contra os envolvidos neste caso. Além disso, cobramos de todos os órgãos responsáveis a apuração dos fatos e a punição de todos os atos ilegais recorrentes durante o episódio citado.

Chapecó, 08 de outubro de 2015.
Prof. Dr. Renato Viana Boy
Presidente do Colegiado do Curso de História