Future-se é um “conjunto de gambiarras” e não irá resolver problemas de financiamento da educação pública

Avaliação é do Professor Jaime Giolo, ex-reitor da UFFS, que realizou palestra sobre o tema nesta quarta-feira, em Chapecó

Realizada na manhã desta quarta-feira (13), no campus Chapecó da UFFS, palestra sobre o Future-se, com o professor e ex-reitor da instituição, Jaime Giolo. O professor, que se debruçou sobre o tema durante os três meses de uma licença-capacitação, apresentou os principais pontos do programa, que traz apenas prejuízos à educação pública.
Para Giolo, o problema do financiamento da educação pública está na PEC 95, emenda constitucional do teto dos gastos públicos, que limita os investimentos em educação por 20 anos no país.
Além de inviabilizar a manutenção de cursos de licenciatura e ciências humanas, o Future-se coloca as universidades públicas a serviço de uma lógica mercadológica. “Pode até ser que entrem recursos privados para o financiamento da pesquisa, mas com certeza o benefício do financiador vai ser muito maior do que o investimento”, afirma. Isso irá ocorrer, segundo Giolo, porque o recurso da iniciativa privada virá da isenção de impostos: ou seja, um dinheiro que deixa de entrar nos cofres públicos e será usado para servir os interesses das empresas, com pesquisas voltadas às necessidades delas.
Além disso, a implantação do programa representa uma entrega dos bens públicos ao capital privado, já que quem passará a realizar a gestão financeira e patrimonial de todas as estruturas serão as Organizações Sociais.
Para Giolo, o Future-se representa um “conjunto de gambiarras”, que não irá resolver os problemas de financiamento da educação. “Não podemos aceitar o Future-se, mas precisamos indicar uma linha de solução e esta, na minha opinião, é a alteração da emenda 95”, afirma.