Cerca de 400 pessoas participaram, na manhã desta quinta-feira (6), da manifestação contra o novo aumento da passagem do transporte coletivo urbano. A tarifa do transporte público em Chapecó/SC foi reajustada recentemente, passando de R$2,70 para R$2,90 na catraca. Os manifestantes caminharam pela avenida Getúlio Vargas e pelo Terminal Urbano, ambos no centro de Chapecó, entoando gritos de protesto e fazendo apitaço, visando chamar a atenção dos chapecoenses para a pauta do transporte público. Participaram do ato estudantes – secundaristas e universitários – e sindicatos de trabalhadores. As categorias de servidores públicos federais em greve também marcaram presença e fortaleceram a luta pelo transporte público digno.
A estudante da escola Tancredo Neves, Roseny Bernardi, fez questão de comparecer a manifestação. “Eu vim porque o transporte público me afeta diretamente, e também aos meus amigos e familiares. Acredito que é somente nas ruas e com muita mobilização que vamos conseguir as melhorias que necessitamos”. Além de barrar o aumento, os manifestantes reivindicam Tarifa Zero no transporte público, melhoria nos serviços e horários de circulação dos ônibus, desbloqueio do cartão de estudante em domingos, feriados e férias escolares e também melhorias na questão da mobilidade urbana.
O estudante e membro do DCE da UFFS, Daniel Scheren Cruz, compareceu ao ato, pois considera importante que a população exerça seu poder e direito a manifestação. “Devemos debater não só do ponto de vista da redução da tarifa, mas também sobre a questão da mobilidade urbana como um todo. Debater sobre a Tarifa Zero para toda a população, sobre a criação de corredores de ônibus para melhorar o fluxo do transporte coletivo, sobre o arrocho salarial de cobradores e motoristas das empresas de transporte, exigir a presença de cobradores nos ônibus nos horários previstos por lei e a instalação de ciclofaixas”, argumenta.
Outro manifestante, Eduardo Colle, que é técnico administrativo em educação da UFFS, questiona o caráter público dos serviços do transporte coletivo. “Temos a educação e saúde públicas, por exemplo, que são serviços gratuitos. O transporte, que também é público, convencionou-se em ser um serviço pago. Isso é de certa forma um paradoxo na administração das cidades”. Colle também diz ser necessário que haja discussão sobre estes reajustes na tarifa do transporte. “Não pode simplesmente as empresas e prefeitura apresentarem algumas planilhas, aumentarem a passagem e o serviço oferecido em Chapecó continuar sendo ruim.”