Desde a nomeação de Marcelo Recktenvald como reitor da UFFS, realizada por Bolsonaro no dia 30 de agosto, estudantes, técnicos e docentes iniciaram mobilização contrária a sua escolha.
O nomeado foi o terceiro colocado na consulta pública realizada com mais de 6 mil votantes de toda a comunidade acadêmica. Com 21,40%, foi o terceiro colocado na lista tríplice e nem chegou a participar do segundo turno das eleições.
No mesmo dia, estudantes decidiram por ocupar a reitoria da universidade, pedindo a destituição do nomeado. Ao mesmo tempo, um movimento amplo foi se compondo, somando outras instâncias em busca desse mesmo objetivo.
Este movimento abarca desde elementos menos visíveis, como a atividade cotidiana dos técnicos e a dificuldade da nova gestão em preencher os cargos, até a moção de repúdio aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni) na sexta-feira (13), passando por paralisações discentes em vários campi, docentes suspendendo aulas normais para fazer aulas públicas na ocupação e nos demais campi, assembleia de docentes e técnicos não reconhecendo Marcelo como reitor e reivindicando sua destituição no Consuni.
O Movimento Ocupa UFFS, que permaneceu por mais de 20 dias na reitoria, somente aceitou a desocupação, realizada na sexta-feira (20), após a aprovação de suas reivindicações junto ao Consuni, realizada em sessão ordinária no dia 18.
Um dos pontos de negociação do movimento da ocupação, ao qual a SINDUFFS E SINDTAE se somam, é que o Consuni coloque em votação o pedido de destituição do Reitor que deve, nos termos do artigo 13, inciso XIII do Estatuto da UFFS, ser aprovado por 2/3 dos conselheiros para ser remetido à Presidência da República. A sessão que deve votar a proposta já tem data marcada: 30 de setembro.
PRÓXIMOS PASSOS
A desocupação da reitoria está longe de ser o fim desse movimento de grandes proporções e que defende a democracia na universidade. Com a aprovação do Consuni, já está agendada a Sessão que irá votar o pedido de destituição, a ser realizada no dia 30. Antes disso, serão realizadas assembleias da comunidade acadêmica, para deliberar em caráter consultivo, sobre o tema, na semana do dia 23 e 27 de setembro, em todos os campi.
Em assembleia geral realizada na tarde de quinta-feira (19), docentes da UFFS também deliberaram a respeito das ações a serem realizadas contra a nomeação de Marcelo Recktenvald.
Uma das decisões aprovadas é a possibilidade de deflagração de greve dos docentes, caso o Conselho Universitário não aprove o pedido de destituição do reitor nomeado.
FUTURE-SE
Outra grande preocupação de estudantes, técnicos e docentes é a possibilidade de a universidade aderir ao Future-se, programa pelo qual o reitor nomeado simpatiza. Portanto, haverá realização de debate qualificado sobre o assunto, com esclarecer as consequências dessa adesão. Para tal, a SINDUFFS deliberou pela criação de um grupo de trabalho sobre o tema.
Esta também é outra demanda dos estudantes do movimento OCUPA UFFS aceita pelo Consuni: colocar em debate o tema, consultar a comunidade e votar em sessão do Conselho a possibilidade de não adesão ao programa.