Centrais Sindicais lançam campanha #600peloBrasil, com abaixo-assinado e pressão sobre o Congresso

As 11 centrais sindicais brasileiras lançaram nesta quinta-feira (17) a campanha #600peloBrasil. A mobilização unificada visa pressionar o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) a colocar em votação a Medida Provisória 1000/2020, que prorrogou o auxílio emergencial até dezembro, mas reduziu o valor pela metade.

O mote é “600 Pelo Brasil – Coloca o Auxílio Emergencial pra votar, Maia. É bom para o povo, para a economia e para o Brasil”.

Além de pressionar Maia, a campanha vai fazer pressão sobre os parlamentares para que aumentem o valor do auxílio, reduzido pela nova MP para R$ 300. A exigência é que seja mantido o valor de R$ 600 (e R$ 1.200 para as mães chefes de família) até dezembro.

Enviada ao Congresso no último dia 3, a MP teve mais de 260 propostas de emendas, a maioria sugerindo a elevação do valor, mas o governo Bolsonaro age nos bastidores junto a Rodrigo Maia e líderes partidários para que a MP não seja votada.

Como o prazo de validade da MP é de 120 dias, o mesmo previsto para a duração do pagamento dos R$ 300, o objetivo de Bolsonaro é não votar a medida, para não correr o risco de haver mudança no Congresso.

A campanha, que será impulsionada pela CSP-Conlutas, juntamente com CUT, Força, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, Intersindical, Intersindical Instrumento de Luta e Pública, inclui a realização de um abaixo-assinado eletrônico e coleta presencial nos locais de trabalho e bairros, ações nas redes sociais e pressão sobre o Congresso (confira aqui).

A mobilização será articulada também com os movimentos sociais e populares, torcidas organizadas de futebol e outras campanhas.

Em nota, as centrais destacam que ao cortar o Auxílio Emergencial pela metade, reduzindo-o para R$ 300, a MP restringe “a capacidade de milhões de famílias brasileiras enfrentar as consequências da crise sanitária causada pela pandemia do Coronovírus, especialmente para pagar alimentação, moradia, transporte, bens de consumo básicos, além de todas as outras necessidades”. Um fato, principalmente, neste momento de disparada de carestia e no preço dos alimentos.

O dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes, que participou da coletiva à imprensa de lançamento da campanha na manhã desta quinta (realizada virtualmente pelo Zoom), destacou a importância da unidade em torno desta campanha pelo auxílio emergencial.

“É uma campanha necessária e urgente. Hoje, foi divulgada uma pesquisa do IBGE que revela o aumento da insegurança alimentar nos últimos anos, e os dados revelam um recorte brutal de raça, classe e gênero. Ou seja, negros, mulheres e os mais pobres são mais afetados. Hoje, temos mais de 50% da população em idade economicamente ativa fora do mercado de trabalho. A campanha se justifica por essa realidade catastrófica”, afirmou Atnágoras.

“Nesta campanha, nosso objetivo é impedir que o governo Bolsonaro reduza o auxílio de R$ 600 para R$ 300, mas é preciso que se diga, o governo poderia garantir uma renda digna ainda maior para os trabalhadores e mais pobres em meio à crise econômica, se sua política não fosse voltada apenas para atender os interesses dos bancos, grandes empresas e do agronegócio”, disse. “No Orçamento para 2021, foram reservados R$ 2,2 trilhões para o pagamento da ilegal Divida Pública. Com esse dinheiro seria possível garantir um salário mínimo para os mesmos 65 milhões de pessoas que receberam o auxílio emergencial durante mais de um ano. É isso que temos de exigir, somado a um plano emergencial de construção de obras públicas para gerar empregos”, afirmou.

Ainda segundo o dirigente, é fundamental “articular ações por cima, junto aos parlamentares, mas com pressão por baixo”.

“A CSP-Conlutas vai se empenhar em todas as ações na superestrutura e também na base, bairros e locais de trabalho, pois sabemos que sem pressão, o Congresso não vai se mover a favor dos trabalhadores. Rodrigo Maia, por exemplo, está a favor da reforma administrativa que ataca os servidores públicos, e de outras medidas contrárias aos interesses dos mais pobres. Mais do que nunca esta unidade e mobilização das centrais sindicais e movimentos de nossa classe é fundamental. Vamos juntos”, concluiu Atnágoras.

Confira aqui a NOTA 11 CENTRAIS CAMPANHA VOTA600

Link do abaixo-assinado eletrônico:  http://chng.it/jQ5SgCszg5

 

ABAIXO-ASSINADO

Pela manutenção do auxílio emergencial de 600 reais até dezembro

Ao Exmo. Presidente da Câmara dos Deputados
Sr. Rodrigo Maia

Nós, abaixo-assinados, cientes da necessidade da manutenção do valor de R$ 600,00 na extensão do Auxílio Emergencial até dezembro de 2020 (R$ 1.200,00 para mãe chefe de família), clamamos ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Rodrigo Maia, que coloque imediatamente em votação a Medida Provisória 1.000/2020.

A Medida corta o Auxílio pela metade, reduzindo-o a R$ 300,00, restringindo a capacidade de milhões de famílias brasileiras enfrentar as consequências da crise sanitária causada pela pandemia do Coronovírus, especialmente para pagar alimentação, moradia, transporte, bens de consumo básicos, além de todas as outras necessidades.

O Auxílio Emergencial de R$ 600,00 garantiu o consumo de mais de 65 milhões de pessoas, fomentou a atividade nas empresas e protegeu milhões de empregos, fazendo a roda da economia girar, impedindo, assim, que uma crise econômica ainda maior se instalasse no país.

Por isso, demandamos ao deputado Rodrigo Maia que coloque a MP em votação e aos parlamentares que, sensíveis às necessidades do povo brasileiro, votem pela prorrogação do Auxílio Emergencial até dezembro com a manutenção do valor de R$ 600,00 e de R$ 1.200,00 para as mães chefe de família.