Docentes da UFFS aprovam adesão ao movimento pela Greve Unificada dos Servidores Públicos Federais

Ainda mais numerosa que as anteriores, a Assembleia Geral docente realizada nessa terça (29/03), aprovou a adesão do(a)s docentes da UFFS à mobilização nacional pela construção da Greve Unificada dos Servidores Públicos Federais, que vem sendo organizada pelo FONASEFE. A decisão sinaliza ao Setor das IFES do ANDES-SN que o(a)s docentes da UFFS estão disposto(a)s a promover as condições para deflagrar a greve, tendo em vista a urgência das pautas em debate.

A mesa coordenadora dos trabalhos foi composta por Marilda Merência Rodrigues e Cássio Brancaleone, membros da atual Diretoria da SINDUFFS. Dentre os Informes,  a professora Marilda retomou as deliberações da Assembleias realizadas anteriormente nos dias  9 de fevereiro e 18 de março, ocasião em que os docentes já haviam discutido a importância do fortalecimento da luta da categoria e da diversificação das estratégias de mobilização, dentre elas, a criação de um GT Carreira e Trabalho Docente, visando acompanhar os debates nacionais e locais que incidem sobre a carreira e trabalho docente.

Reafirmou também a importância dos debates promovidos nas Assembleias  e esclareceu uma das dúvidas que havia sido manifestada na Assembleia anterior. Afinal, tratava-se de aderir ou deflagrar a greve?

A professora esclareceu que o que seria efetivamente decidido na Assembleia era a adesão ao movimento nacional pela greve unificada dos servidores públicos federais, não a sua deflagração local, visto que esta deverá ocorrer em uma nova Assembleia, em momento posterior à  nossa adesão, e também à deflagração sinalizada pelo Setor das IFES do ANDES-SN, caso a entidade compreenda que há condições de mobilização nacional para esse instrumento de luta.

Em continuidade, a professora informou sobre a Reunião do Setor das IFES do ANDES-SN realizada no dia 23/03, ocasião em que estavam presentes representantes de 55 IFES. A professora destacou também que na ocasião, os representantes mencionaram as dificuldades de mobilização dadas as dificuldades geradas em função dos distintos calendários e modalidades que coexistem nesse momento. As aulas  presenciais ou semipresenciais, a adoção de diferentes calendários nos campi, cursos e Universidades, e a preocupação com a evasão dos estudantes. Ainda assim, informa que há um sentimento de construir a luta coletiva. Desse modo, a greve ainda não foi deflagrada, mas se estabeleceu um calendário de lutas, visando a ampliação  da mobilização.

Outro esclarecimento trazido foi a notícia de que o FONASEFE foi recebido por membros do governo, mas que isso ainda não significou a abertura de negociação. Estipulou-se naquela reunião que haveria uma devolutiva do Governo até o dia 1º de abril. Outro esclarecimento se deu por conta dos prazos: até o dia 4 de abril o Governo Federal pode enviar ao Congresso um Projeto de Lei para reposição salarial dos servidores públicos federais. Após essa data, o Governo Federal não pode apresentar o projeto, mas pode, até agosto deste ano, fazer um reajuste a partir da reestruturação da carreira. Assim, é fundamental que sigamos mobilizados!

Na sequência, o professor Cássio informou sobre as mobilizações em andamento. Ressaltou que há uma coordenação das mobilizações pelo FONASEFE, sendo essas realizadas em espaços diversos. Havia um indicativo de deflagração da Greve no dia 23 de março que não ocorreu. Mencionou que os trabalhadores do INSS estão em greve em 18 estados do país, juntos dos trabalhadores do Ministério do Trabalho, Banco Central, Receita Federal e da ANVISA. Esses setores já deflagraram a greve.

Nisso, o coordenador-geral Leonardo Rafael Santos Leitão trouxe os informes do 40º Congresso Nacional do ANDES-SN. Leonardo estava naquele momento, junto do professor Daniel Francisco de Bem, representando a SINDUFFS no Congresso e mencionou as dificuldades relatadas para mobilização, as manifestações diante das condições do trabalho e remuneração docente, bem como a motivação dos presentes em construírem juntos os meios de intervir nesse cenário.

Em seguida, abriu-se o debate para exposição dos posicionamentos dos docentes. Dos argumentos favoráveis, mencionou-se a necessidade de lutar contra o rebaixamento das universidades públicas, pela reposição salarial, contra os ataques consecutivos à educação e aos serviços públicos, os escândalos de corrupção no MEC, a sinalização de construção para mobilização prolongada em vista do orçamento do próximo ano, a necessidade de somar forças, a valorização da carreira docente e o fato de que essa adesão se coloca no âmbito da construção das condições para uma possível deflagração no futuro.

Dos argumentos contrários, destacam-se as situações impostas pela pandemia de Covid-19, a recém retomada das aulas presenciais, a preocupação com a evasão estudantil, a verificação de desmobilização nacional e a proximidade do fim do semestre. 

Sem mais manifestações, foi disponibilizado o link para votação no chat da plataforma e solicitou-se a realização do voto em cinco minutos. Doze professore(a)s não conseguiram acessar o formulário e fizeram a votação em separado pelo chat. Ao final do tempo, os resultados foram compartilhados com os presentes a partir da exposição da tela que agrega os votos no formulário, e somados, à vista dos presentes, dos votos em separado.

Desse modo, totalizou-se 54 votos favoráveis (46 votos no formulário, 8 em separado), 31 contrários (29 no formulário, 2 em separado), 8 abstenções (6 votos no formulário, 2 em separado). Encerrada a votação, o professor Cássio informou que esse resultado sinaliza ao Setor das IFES do ANDES-SN, que o(a)s professore(a)s da UFFS estão dispostos a promover as condições para deflagração da greve em momento oportuno. 

A SINDUFFS avalia de forma muito positiva os ricos debates que vêm sendo realizados nas Assembleias, que expressam preocupação dos/das docentes com as dificuldades deste momento histórico, e que, mesmo com agendas intensas, não se furtam ao debate e a urgência da mobilização. E convida, os professores e professoras da UFFS, a se filiarem à SINDUFFS para o fortalecimento da categoria.

Filie-se à SINDUFFS, fortaleça o nosso Sindicato. Juntos somos ainda mais fortes!